terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Reflexões sobre nossa participação no 2º encontro de sementes e mudas de Alto Paraíso e nossas tarefas para o próximo período na região

*Por Josivaldo Moreira, Luciana Pedrosa e Pedro Ferreira

O Encontro

Participamos nos dias 15 e 16 de Dezembro do 2º Encontro de sementes e mudas de Alto Paraíso no nordeste goiano. A atividade realizada pela UNB - Cerrado, Cooperativa Frutos do Paraíso entre outras organizações contou com a participação de agricultores familiares e camponeses da região, estudantes, além de diversos ativistas e militantes das causas ambientais de Goiás e de organizações de outros estados como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Tocantins. Bem como representantes de órgãos governamentais como o Ministério de desenvolvimento agrário, Do meio ambiente e EMBRAPA.

Um dos importantes debates ocorrido no encontro foi a denuncia sobre o modelo agrícola brasileiro pautado nas grandes concentrações de terra, monocultura e uso de agrotóxico. Foi apresentado e discutido o novo texto do código florestal aprovado este ano e estudos feito pelo MDA sobre os perigos da flexibilização das leis referente ao uso de agrotóxico no Brasil.

Também foram apresentados experiências acerca da construção de outro modelo agrícola possível pautado na agroecologia, sobretudo a luta pela construção de bancos de sementes crioulas e a difusão do mesmo, experiência bastante forte no sul do Brasil. Foram apresentados trabalhos realizados com as comunidades rurais feito pelos jovens da região e a feira de troca de mudas e sementes que contou com a participação de indígenas do Xingu e os Krahôs do Tocantins, e pequenos agricultores do Paraná.

Discutiu-se também sobre a construção de uma economia solidaria. Os limites e desafios dos empreendimentos de economia solidária que não tem uma lei de estado que os ampara.  Por fim foi realizada uma roda de conversa no sentido de trocar experiências na perspectiva de construir um banco de sementes crioulas em Alto Paraíso e região.

Observações a cerca do encontro

A iniciativa de discutir outro modelo agrícola na região e a construção de uma alternativa ao agronegócio é importante e devemos fortalecê-la. Nesse sentido o encontro foi importante, pois potencializou discutirmos, debatermos e trocarmos experiência com diversos movimentos do nordeste goiano e outros estados.

No entanto ressaltamos a necessidade de articularmos uma maior participação dos agricultores familiares, camponeses e quilombolas da região. Apesar de não haver um agronegócio forte na região precisamos trazer e dialogar com os movimentos camponeses de luta pela terra que tem uma experiência concreta na construção de um modelo agrícola pautado na agroecologia.

Ressaltamos também uma necessidade de se fazer uma critica estrutural da sociedade, e não apenas focada em uma questão especifica, a mesma é importante mais o modelo agrícola pelo que lutamos o tipo de relação com o meio ambiente não será possível nos marcos do sistema capitalista, por tanto é necessário lutarmos no sentido de superarmos o mesmo.

Nossas tarefas na região

Nós da Rede de Educação Cidadã, da Pastoral da Juventude Rural, da Articulação de Mulheres de Campos Belos e Feira por do Sol fomos convidados para participar desse encontro devido ao trabalho de articulação com os movimentos populares no nordeste goiano pela contribuição que temos dado na articulação com os diversos movimentos populares que temos feito no nordeste goiano.

Avaliamos como de extrema importância a oportunidade de dialogarmos com vários movimentos populares, sobretudo em uma região que ainda não havíamos atuado. No entanto temos clareza do aumento de nossas responsabilidades na região, assim apontamos algumas tarefas que devemos articular e realizar no próximo período na região de Alto Paraíso e todo o nordeste goiano.

1-     Contribuir no processo de construção do banco de sementes crioulas de Alto Paraíso, sobretudo articulando troca de experiência com os movimentos campesinos que já desenvolvem esse trabalho como a CPT, MPA e MCP;

2-     Articular formação sobre questão agrária, economia solidaria, educação do campo e educação popular, sobretudo com a juventude local e do nordeste goiano que participam das atividades da UNB – Cerrado, sobretudo das comunidades do Moinho e do Sertão;

3-     Fortalecimento do território, das ações e projetos voltados para agricultores camponeses, quilombolas, mulheres e juventude;

4-     Articular a participação de pessoas da região para participar dos processos de formação da RECID-GO;

5-     Incentivar a criação de um comitê local da campanha permanente contra os agrotóxicos;

“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence.”
                                                                           Che Guevara

*Josivaldo Moreira - É assessor da PJR e militante da Via Campesina.

Luciana Pedrosa - É militante da articulação de mulheres de Campos Belos e da Associação da Feira por do Sol.

Pedro Ferreira - É educador popular da RECID-GO responsável por acompanhar os processos de articulação com os movimentos populares do nordeste goiano.

- Para ver mais fotos do encontro acesse o link: 2º Encontro de Sementes e Mudas de Alto Paraíso 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Definidos tema e lema da Campanha Missionária 2013
 
Por Fúlvio Costa   
13 / Dez / 2012 15:11
A equipe responsável pela Campanha Missionária 2013 se reuniu nesta quinta-feira, 13, na sede nacional da POM em Brasília para definir a organização e produção dos subsídios do evento.
Os principais pontos já foram definidos, entre eles o tema “Juventude em Missão” e o lema “A quem eu te enviar, irás (Jr 1, 7b)”. Conforme acontece anualmente, a Campanha Missionária dá continuidade à temática trabalhada pela Campanha da Fraternidade (CF) da CNBB, que em 2013 tem como tema “Fraternidade e Juventude”.
O secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, padre Marcelo Gualberto, explicou o sentido do tema proposto para a Campanha Missionária. “Juventude em Missão significa que o jovem caminha em missão e que ele quer continuar essa caminhada, se fortalecendo nessa perspectiva”, disse. Com relação ao lema escolhido, a sugestão foi acatada pela equipe reunida por que a passagem relata o temor do jovem Jeremias de encarar a Missão lhe confiada por Deus, mas o próprio Deus o encoraja a suportar os obstáculos que aparecem. Também por que o texto complementou o lema da CF-2013, “Eis-me aqui, envia-me (Is 6, 8)”.
Durante as discussões, o diretor nacional da POM, padre Camilo Pauletti, destacou os pontos positivos e negativos do material da Campanha Missionária de 2012, enviado a toda a Igreja no Brasil, com base nas avaliações que chegaram à sede nacional. “A novena vem sendo elogiada e bastante usada; o mesmo acontece com o DVD que tem sido bem utilizado por que conta com os testemunhos dos missionários presentes em diversas realidades. Percebemos que um material vem complementando o outro”, disse.
Para a produção do material da Campanha de 2013, a equipe sugeriu que o foco tenha um apelo nas questões que envolvem diretamente a juventude. “A juventude é envolvida por temas muito específicos como trabalho, educação e segurança. Esta última se divide em segurança pública e familiar”, sugeriu Thiesco Crisóstomo, secretário nacional da PJ. “Temos que ter em mente que a Campanha é voltada para a Igreja no Brasil, mesmo que tenha na juventude o seu foco, portanto, precisamos ter presentes alguns pontos: sensibilizar os cristãos para a solidariedade, a partilha e ao compromisso”, pontuou padre Jaime Patias, secretário nacional da Pontifícia União Missionária.
Os testemunhos continuarão a ser destaque no material da Campanha Missionária, como vem acontecendo nos últimos anos, de modo especial, no DVD. E em 2013, o testemunho de jovens missionários deverão estar presentes com o objetivo de incentivar a missão além-fronteiras. “O protagonismo dos próprios jovens deverão estar presentes no material, como meio de incentivar as Missões”, sugeriu padre Camilo. Alguns temas que serão desenvolvidos no material: Juventude Missionária (atividade da Pontifícia Obra da Propagação da Fé); jovens missionários estrangeiros no Brasil; jovens brasileiros em missão ad gentes; os desafios da juventude hoje; Santas Missões Populares; jovem e a vocação missionária; Amazônia e Dia Nacional da Juventude (DNJ).
Nos folhetos dos quatro domingos do Mês Missionário (outubro) ficaram definidos os seguintes temas: 1º domingo, Infância e Adolescência Missionária; 2º, motivações para a coleta; 3º Amazônia e 4º Dia Nacional da Juventude. A produção do material já foi definida e uma nova reunião deverá acontecer no dia 20 de fevereiro de 2013.
A equipe que organiza a Campanha Missionária 2013 é composta pela direção e secretários das Pontifícias Obras Missionárias (POM); pelos assessores da CNBB para Dimensão Missionária, irmã Dirce Gomes, e para a Missão Continental, padre Sidnei Dornelas; pelo  secretário nacional da Pastoral da Juventude, representante da Comissão para a Juventude da CNBB, Francisco Crisóstomo (Thiesco) e Nelson Tyski, da Verbo Filmes.

sábado, 1 de dezembro de 2012

ENCONTRO NACIONAL DE ASSESSORES (AS) DA PASTORAL JUVENIL


Encontro Nacional de Assessores e Assessoras da Pastoral Juvenil com aproximadamente 300 pessoas onde discutem sobre o Ano da Fé tendo em vista a grande Jornada Mundial da Juventude (Encontro da juventude com o Papa) em julho de 2013 no Rio de Janeiro. 2013 a Igreja Católica no Brasil desafia a todos e todas ao ANO DA FÉ com três grandes destaques: Primeiro - Confessar a fé pessoal e comunitário; segundo - Celebrar a fé nos diversos espaços onde os jovens estão e terceiro - Testemunho da Fé, anunciar e vivenciar  o que anunciamos. A Campanha da Fraternidade de 2013 com o Tema “Fraternidade e Juventude” trás alguns eixos temáticos para reflexão em todas as paróquias tais como: Missionária, mudança de época, cultura mediática, protagonismo juvenil e a relação do/a jovem na dimensão pessoal, eclesial e social. Na oportunidade, objetiva também o encontro desenhar a semana missionária nas Dioceses como meio de preparação para a Jornada Mundial onde o PAPA encontrará com a Juventude.
Este encontro acontece desde onde 29 até dia 02 de dezembro do ano em curso. Participação do Josivaldo da equipe de assessores da PJR e Laércio Secretário Nacional da Pastoral da Juventude Rural.
Por: Josivaldo Moreira de Carvalho

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CARTA – CONVITE Encontro de avaliação da Rede de Educação Cidadã de Goiás



“Na Ciranda da educação popular, com o povo seguimos construindo o projeto popular.”

Queridos Camaradas dos movimentos populares, pastorais sociais e demais organizações de luta da classe trabalhadora goiana.

 É com imensa alegria que convidamos todas e todos para participarem do Encontro de Avaliação da Rede de Educação Cidadã de 2012. O mesmo acontecerá no dia 24 de Novembro, das 08h ás 18h no Centro Cultural Caravídeo (Rua 83, Nº361, Setor Sul – Goiânia – GO).

O ano de 2012 foi um ano de muitas ações no campo da articulação política, mobilização, formação e da luta de classes. Processos realizados coletivamente sempre no sentido de construirmos a unidade da classe trabalhadora na luta por um projeto popular para Goiás e o Brasil.

Assim desde encontro de planejamento em fevereiro, passando pelas mais de 150 oficinas de formação realizadas em Goiânia e no interior, encontros de formação, Roda de conversa com os movimentos populares do campo e da cidade, escola de educadores populares. E potencializando as lutas pelo Fora Marconi, Grito dos excluídos, Fórum de movimentos populares, assim como diversas outras lutas. Ações desencadeadas com o objetivo de fortalecer o tripé da organização, formação e luta da classe trabalhadora goiana.

Assim acreditamos ser de fundamental importância avaliar coletivamente as ações desencadeadas em 2012 para que no próximo período possamos superar os limites apontados, e avançarmos na superação dos desafios enfrentados por trabalhadoras e trabalhadores com vista à superação da sociedade capitalista.

Por tanto esperamos contar com a presença de todas e todos que participaram e contribuíram direta ou indiretamente na construção dessa historia. Venha avaliar conosco os processos de articulação, mobilização, formação e luta realizado pela rede de educação cidadã de Goiás em 2012!

Atenciosamente,

Secretaria da Rede de Educação Cidadã de Goiás


Goiânia, 16 de Novembro de 2012.


Reação em Cadeia: A criminalização do Desenvolvimento da Reforma Agrária como resposta à inoperância Estatal frente à política de assentamentos rurais no Estado De Goiás.



No dia 13 de Novembro de 2012 no Assentamento Canudos localizado nos municípios de Palmeiras, Guapó e Campestre do Estado de Goiás foram presas as pessoas de Belchior Viana Gonçalves e Paulo Roberto de Sousa.
A prisão preventiva decretada pelo magistrado Alderico Rocha Santos, em substituição, na 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás foi fundamentada pela garantia da ordem pública, da aplicação da lei e da conveniência da instrução criminal. O pedido de prisão foi do Delegado de Polícia Federal Luciano Dornelas devidamente corroborado e atá ampliado pelo Procurador da República Raphael Perissé.
Ambos detidos são acusados (embora ainda sem processo) de desvio do PRONAF e outros recursos públicos, estelionato (venda de lotes), intimidação e ameaça, extorsão e, por fim, formação de quadrilha.
Estas prisões são reflexos da história de luta pela terra e para permanecer nela do Assentamento Canudos. Refletem também a ausência da política pública de Reforma Agrária no Estado de Goiás, ou seja, há uma reação em cadeia. Contraditoriamente, quem sucumbiu a toda inoperância foram Belchior e Paulo. E suas famílias.
Perderam o direito de liberdade, o mais relevante e sagrado de todos os direitos da pessoa humana. Não puderam argumentar, apresentar seus fatos, as contradições e suas circustâncias antes da medida coercitiva Estatal.
Quem são Belchior e Paulo?
Os dois são lideranças do Assentamento Canudos. Defendem e praticam a agroecologia, a produção na forma de cooperação nas mais diversas formas, a condução ética e transparente dos projetos sejam de financiamento público ou privado e têm o respaldo e apoio da grande maioria das famílias assentadas de lá.Contribuem na articulação, apoio e motivação para viabilizar o conjunto de políticas de compras de alimentos, PAA, PENAI que têm sido uma alternativa de renda importante para todas as famílias.
Nunca responderam a nenhum processo administrativo ou judicial por qualquer motivo que fosse. Sempre participaram das atividades organizativas, culturais e produtivas do assentamento. Seus lotes são referências de produção sempre visitados por pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento, inclusive do Direito.
Ou seja, são pessoas da política, da vida orgânica do Assentamento Canudos. Por isso, obviamente, contrariam interesses, o que é normal numa sociedade do Poder e de lutas de classes.
Referidos interesses, por outro lado, primam pelo desvio ético-legal e o anonimato. Objetivam o fim da Reforma Agrária, o fortalecimento do latifúndio e a destruição dos movimentos sociais do Campo. Desta forma, fazem uma política rasteira e sorrateira contrárias a ideia básica de democracia e República.
Qual é a grande divergência política dentro do Assentamento Canudos?
A venda de lotes. Até hoje isso nunca aconteceu. Lembra-se que o Assentamento Canudos está no centro de grandes latifúndios de alta fertilidade natural dos solos, portanto, tem valor econômico de grande monta. Até hoje a organização do Assentamento Canudos não admitiu venda de lotes, o que infelizmente é uma realidade em boa parte dos assentamentos rurais, com a anuência tácita do INCRA.
Belchior e Paulo estiveram à frente, assim como outras pessoas, e contrários a qualquer tentativa de venda ou desvirtuamento do assentamento. Repita-se: NO ASSENTAMENTO CANUDOS NÃO HÁ OU HOUVE VENDA DE LOTES.
Se não se pode vender, é preciso titularizar para tal. Como se faz isso?
O assentado deve comprar o seu lote do INCRA, descontadas as benfeitorias realizadas. Feito isso, o assentado passa a ser titular e legítimo proprietário da terra e pode vendê-la.
Assim, a pergunta racional que se faz é: por que dispender recursos na compra da terra, sendo que a pessoa tem a posse ad eternum e estes recursos financeiros certamente poderiam ser utilizados na produção do próprio lote?
Infelizmente, alguns agentes do INCRA têm incentivado, não se sabe porque, tal atitude.
Quem ganha com a venda destes lotes?
Certamente, ninguém do assentamento terá condições de comprá-los. E a Reforma Agrária perde toda a sua lógica: terra, trabalho, liberdade e dignidade.
Nesse sentido, é preciso perguntar:
Por que a grande maioria do assentamento procura desenvolver as atividades coletivamente e, livremente, escolhendo seus representantes e dando condições mínimas para o exercício da representação?
Assim, é o papel de Belchior e Paulo. Aliás não recebem nada por isso.
A própria Polícia Federal fez o levantamento financeiro dos acusados e nada, nada foi comprovado de irregular.
Bem, sobre o desvio do PRONAF a afirmação é completamente equivocada. Não é possível desviar recursos do PRONAF uma vez que o recebimento do recurso se dá mediante apresentação de documentos comprobatórios da execução do projeto; e quem paga é a instituição financeira diretamente ao executor do serviço ou fornecedor do produto, conforme previsto em projeto previamente aprovado pela instituição financeira.
É possível, todavia, haver um conluio entre técnicos e assentados, facilmente comprovável, mas não é o caso dos acusados.
Contraditoriamente, os acusadores, algumas pessoas do assentamento, são os que verdadeiramente devem, nas seguintes formas: ausência de demarcação de APP, desvio do PRONAF, aluguel do lote para pastagem, etc... Assim, são as pessoas que se dizem “ameaçadas” por Belchior e Paulo que efetivamente deveriam ser processadas e que já foram várias vezes denunciadas pelo próprio assentamento.
Estas pessoas são as que foram ouvidas pela polícia e que fundamentam a decisão judicial. Lembra o famoso dito popular “a raposa que cuida do galinheiro”!
Neste sentido, a quem interessa a prisão de Belchior e Paulo?
Mais grave, existe no Inquérito Policial a declaração de um servidor do INCRA corroborando com as acusações, junta até documentos.
Incrivelmente, os documentos juntados não incriminam os acusados, ao contrário, comprovam a idoneidade dos mesmos. Este servidor, ao invés de juntar o andamento de todo o processo de desvio de PRONAF ou qualquer outra coisa, junta somente a sua peça informativa, que data de 2008, onde tem sua opinião ideológica do Assentamento Canudos.
Ora, por que a polícia, o Ministério Público Federal e o próprio servidor não fizeram juntada de todo o processo de desvio?
Preguiça? Incompetência? Negligência? Imperícia? Ideologia????? Dúvidas????
É muito temerário prender duas pessoas com base nas alegações de um servidor público, sem buscar o processo administrativo. Lembra-se que a atividade de funcionário público deve primar pela legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e publicidade.
Há processo administrativo, as autoridades: policia federal, ministério publico federal e justiça federal não analisaram o processo administrativo e seus desdobramentos.
GRAVE! GRAVÍSSIMO!
Se tivessem analisado, Belchior e Paulo não seriam NUNCA presos.
Por que não analisaram? Qual o argumento de não pedir acesso a isso?
Simples: criminalização da pobreza e da Reforma Agrária.
Por que o servidor não mencionou o que aconteceu?
Alguém foi omisso!
Não foram Belchior e Paulo que hoje pagam o preço de suas liberdades.
A verdade facilmente emergirá.
E quem será responsabilizado pela prisão arbitrária?
O Ministério Público Federal desde o ano de 2001 tem conhecimento das divergências no Assentamento. Ao invés de procurar entender o caso, incentivando a mediação, ordenou diligências e a instauração de Inquérito Policial. É a cultura da tolerância zero. Estado Máximo Penal X Estado Mínimo Social.
Assim, é preciso repensar a Reforma Agrária. Reforma Agrária não é caso de polícia. É política constituicional da ordem econômica; é esteio do desenvolvimento de uma nação.
A prisão preventiva de Belchior e Paulo é a absoluta confirmação de que as autoridades do executivo, legislativo e judiciário ainda não conhecem a cultura do desenvolvimento sustentável, humano e agroecológico do Campo.
É preciso rever esta situação, uma vez que a Reforma Agrária no Estado de Goiás encontra-se ameaçada e encarcerada.


Estado de Goiás, 15 de Novembro de 2012
Dia da República.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
Cerrado Assessoria Popular






Cleuton César Ripol de Freitas

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

participem da 1ª RODA DE CONVERSA DAS MULHERES EM CAMPOS BELOS

Campanha contra o uso de Agrotóxicos entrevista Silvio Tend



Por Vivian Virissimo e Alan Tygel
Recentemente indicado como documentário para ser visto e estudado por estudantes que prestaram a seleção do Enem, o filme “O Veneno está na Mesa” revela os riscos da produção e do consumo dos agrotóxicos no Brasil. Produzido por um coletivo de organizações, entidades e órgãos de pesquisa, o documentário critica o modelo brasileiro de desenvolvimento que privilegia o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. “É importante que os futuros universitários do Brasil entrem na Universidade já sabendo os problemas que nossa produção agrícola tem. É uma prova da vitória da nossa campanha”, comemorou Silvio Tendler.

O projeto do documentário teve o objetivo de massificar o debate sobre agrotóxicos, tanto que o filme está disponível na íntegra na internet e pode ser copiado livremente. “Só no Youtube o ‘Veneno está na Mesa’ já teve mais de 120 mil acessos. Fora as milhares de cópias que foram distribuídas pelas organizações de massa, sindicais e científicas. Cada parceiro se preocupou em reproduzir, multiplicar e distribuir o filme. Sem falsa modéstia, não se pode mais falar em milhares de espectadores. Já podemos falar na casa de 1 milhão”, afirmou o cineasta.

Tendler também adiantou que uma continuação do documentário “O Veneno está na Mesa” já está sendo produzida e vai focar em soluções que já existem para produção de alimentos de qualidade para todos. “Vou mostrar que hoje existe a agrofloresta, a agloecologia, que dá pra gente fazer um outro modelo diferente. E o Veneno dois é isso: uma complementação ampliada e otimista do Veneno 1″, contou.
FONTE: http://www.mst.org.br

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Convite
1º Roda de conversas de mulheres de campos belos - go
Mulher aquela que gera o futuro do nosso povo!
Mulheres fazendo história
Programação do evento
·         Dinâmica
·         Roda de conversa
Data: 15/11/2012
Horário: 13:00 ás 18:00
Local: Sala multiuso Colégio Profª  Ricarda     
Informações: (62) 96529247 (Luciana)
Rosileia Xavier (62) 96566640
Realização : PJR – Pastoral da Juventude Rural.


sábado, 3 de novembro de 2012

REUNIÃO DA COORDENAÇÃO NACIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE RURAL



Entre os dias 01 a 04 de novembro de 2012 acontece a reunião da CNPJR (Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude Rural) no Estado do Pernambuco – Recife. Coordenadores de São Paulo, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Mato Grosso, Santa Catarina, Goiás, Espirito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul onde discutem sobre sua organização, articulação e atividades desenvolvidas no Nacional e nos Estados. Na oportunidade retomamos nossa história com estudo de material já sistematizado e  ficando para cada estado sistematizar a sua e compartilhar com os demais. Planejamento do III Congresso Nacional da Pastoral Juventude Rural – Jovens Camponeses para o ano de 2013 celebrando os 30 anos de história da PJR no Brasil. 
Por: Josivaldo Moreira de Carvalho

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TORTURA NUNCA MAIS


O Monumento Tortura Nunca Mais é um monumento localizado na praça Padre Henrique, cidade do Recife, Pernambuco. Foi o primeiro monumento construído no país em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos brasileiros no período de grandes conflitos da história do Brasil.Sua construção foi decorrente de um concurso público realizado pela prefeitura do Recife em 1988, que previa, não só a construção de um monumento que emblemasse as condições de tortura e desrespeito à dignidade da pessoa humana às quais a população esteve sujeita durante o regime militar brasileiro, como toda a revitalização do local.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EDUCAÇÃO NAS PRISÕES




É possível sonhar estando preso? Reflexões sobre a Educação de Jovens e Adultos na prisão em Campos Belos!
*Por Josivaldo Moreira de Carvalho e Pedro Ferreira


Com muito esforço e dedicação, bem como contrariando a vontade de boa parte da sociedade temos acompanhado em Campos Belos a educação de jovens e adultos que se encontram detidos no presidio da cidade. Sabemos que não é um trabalho fácil, sobretudo por que predomina uma consciência conservadora na sociedade de que quem já foi preso, não importa o crime que cometeu não merecem uma segunda chance.
Partindo do relato da experiência de educadores, educandos bem como de demais pessoas envolvidas com o projeto podemos afirmar que o resultado tem sido bastante positivo. Não só por garantir o direito de todos, acesso a educação, mas, sobretudo por dar a oportunidade desses seres humanos construírem uma nova história.
Os educandos com muita disciplina e respeito aos educadores tem conseguido desenvolver o aprendizado bem rapidamente, sobretudo em relação a aprender ler e escrever, bem como também melhora o seu comportamento. Aquele que consegue a liberdade à primeira coisa que tem feito é continuar os estudos na escola regular.
Só quem já esteve em uma prisão mesmo que só visitando pode imaginar minimamente a condição de vida daqueles que ali vivem. Mas o que temos percebido é que a sala de aula tem sido um espaço de construção de sonhos e esperança de uma nova vida daqueles que ali foram condenados a viver.
Hoje dia 24 de outubro do ano em curso realizamos uma oficina de formação com os educandos, educadores (Edvaldo, Luciana, Maísa, Soraia, educador da RECID Pedro Ferreira, Psicóloga Kênia e o Diretor do Colégio Estadual Professora Ricarda Josivaldo Moreira) onde sistematizamos a experiência de três meses de educação na Unidade Prisional em Campos Belos. O resultado se apresenta satisfatório e acreditamos que esses educandos estão dedicando o seu tempo em uma formação que estar além da leitura e escrita, mas sobre tudo uma formação para a vida.







terça-feira, 16 de outubro de 2012

Convite – II Etapa da Escola de Formação Política de Educador@s Populares de Goiás



Camaradas,

Das organizações populares, movimentos populares, pastorais sociais entre outras organizações de luta da classe trabalhadora. Queremos convidá-los a participar da II Etapa da Escola de Formação Política de Educadores Populares que acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2012.

Nessa segunda etapa teremos como objetivo compreender como se da o processo de criminalização da pobreza e dos movimentos populares e resgatar a história das lutas populares em Goiás bem como refletirmos sobre a necessidade das organizações populares na superação das desigualdades socioeconômicas.

O tema dessa etapa será “Educação Popular – Sonhos e resistência nas lutas dos movimentos populares contra a criminalização.” Sendo que no dia 19 de outubro ás 19h teremos a ciranda popular de abertura da Escola onde estaremos discutindo – As lutas do movimento popular em Goiás. Para tanto contaremos com a assessoria do Professor Davi Maciel (UFG). A Ciranda de abertura da II Etapa da Escola será aberta para toda a comunidade e acontecerá no Centro Cultural Caravídeo.

Já nos dias 20 e 21 de outubro discutiremos sobre “A criminalização da pobreza e dos movimentos populares.” E teremos a assessoria do Advogado Alan Hahnemamm (Cerrado Assessoria Jurídica). Esse segundo momento da escola acontecerá no Assentamento Palmares (Varjão – Goiás), e as vagas são limitadas, por tanto quem for continuar neste segundo momento deve se inscrever pelo e-mail:talhergoias10@gmail.com ou pelo telefone: (062)3203-5322.

O deslocamento para o Assentamento será logo após o termino da Ciranda Popular, sendo que a Rede de Educação Cidadã garantirá o transporte aos participantes bem como alimentação. Orientamos também aos participantes levarem roupa de cama e produtos para higiene pessoal, e também quem quiser levar barraca para acampar, podem ficar a vontade.

Esperamos contar com a presença dos militantes e educadores populares para discutirmos e aprofundarmos a cerca da Criminalização da pobreza e dos movimentos populares em Goiás.

Atenciosamente,

Secretaria Rede de Educação Cidadã de Goiás

Goiânia, 09 de Outubro de 2012.

VAMOS PARTICIPAR





segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ELEIÇÃO MUNICIPAL EM CAMPOS BELOS



VEREADORES ELEITOS NO MUNICIPIO DE CAMPOS BELOS / 2012
  1. Nego da Patrola, 591 votos
  2. Arione, 583 votos
  3. Juranda, 480
  4. Márcio Valente, 416 votos
  5. Sargento Abreu, 382 votos
  6. Denilson, 381 votos
  7. Luiz da Ótica, 377 votos
  8. Ari, 364 votos
  9. Marreta, 346 votos
  10. Ademir da Sucam, 335 votos
  11. João Pedro, 297 votos


PREFEITO: Ninha
VICE PREFEITO: Zé Candido

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Modelo do agronegócio desperdiça 35% da produção brasileira de alimentos

4 de outubro de 2012

Da IHU On-Line
Vislumbrando o aumento do consumo de alimentos nos próximos vinte anos, a expansão agrícola deve considerar as áreas degradadas e investir em produtos diversificados, oriundos das florestas e biomas do país. “Só no território amazônico, existe entre 12% e 17% de áreas degradadas, que poderiam ser utilizadas para produção agrícola”, aponta o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, Adalberto Val. Em sua avaliação, a agricultura brasileira ainda está “concentrada em produtos que são extremamente convencionais”, e o país “não está avançando diante da enorme biodiversidade que tem”.
 
O desperdício de alimentos gerado pelo atual modelo de desenvolvimento agrícola é um desafio a ser resolvido. Segundo o pesquisador, cerca de 30% dos alimentos produzidos vai para o lixo, e isso significa que de “cada R$100,00 em produtos, perde-se cerca de R$30,00”. E enfatiza: “Trata-se de uma perda bastante significativa dentro desse contexto. Se você imaginar que, para um produtor ou um empregado, essa proporção poderia melhorar sua qualidade de vida, podemos dizer que vale a pena investir para reduzir essas perdas”. 
 
Segundo o entrevistado, reaproveitar as terras já desmatadas e a diminuir o desperdício de alimentos dependem do investimento em ciência e tecnologia. “Há um grande interesse do governo, mas falta pessoal qualificado para estudar as regiões que têm terras degradadas”, diz em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone. E conclui: “Basta considerar o caso da Amazônia e dos nove estados amazônicos, ou seja, cerca de 60% do território brasileiro. Nessa área toda, tem pouco mais de quatro mil doutores, metade dos quais não está envolvida com a produção científica, pois muitos se encontram trabalhando com questões administrativas de uma maneira geral. Então, apesar de o Brasil estar formando 11 ou 12 mil doutores por ano, a quantidade desse pessoal fixada nessas áreas do país ainda é bastante frágil e reduzida”.
 
Confira a entrevista:
 
Quais são as razões de 35% da produção agrícola brasileira ir para o lixo? O que isso demonstra sobre o modelo agrícola brasileiro? 
 
A produção agrícola brasileira está concentrada em produtos que são extremamente convencionais. Quer dizer, o Brasil não está avançando diante da enorme biodiversidade que tem. Boa parte dos produtos agrícolas é desperdiçada ainda no campo, depois em função do transporte.
 
Apesar disso, cabe ressaltar, por um lado, as possibilidades que o Brasil tem de avançar de forma bastante significativa no uso de novos produtos a partir da diversidade biológica. Por outro, um aspecto extremamente relevante e importante dentro deste contexto é utilizar as áreas degradadas nos diferentes biomas brasileiros para produção agrícola. Só no território amazônico, existe entre 12% e 17% de áreas degradadas, que poderiam ser utilizadas para produção agrícola. Evidentemente que esse reaproveitamento das terras depende de informação científica. Portanto, a otimização não só para a redução das perdas agrícolas, mas também para utilização de áreas degradadas e para a busca de novos produtos na biodiversidade depende fundamentalmente de ciência e tecnologia. Por isso é preciso imediatamente direcionar recursos para que se possam utilizar novas tecnologias.
 
Eu não estou falando só da produção plantada no solo, mas também de outros processos de produção de proteínas, como a produção de peixes, que é uma alternativa extremamente importante e interessante para o Brasil por conta de sua vasta extensão hídrica. É possível avançar nesta área de forma significativa. O mundo aponta hoje para uma expansão de necessidade de alimentos para daqui a 20 ou 30 anos. Então, o Brasil vai precisar dobrar a produção de alimentos. Em vista disso, se fizer uma análise geral nos países do mundo que têm condições de atender a essa demanda, verá que é reduzido o número de países que são capazes de atender a essa questão e, entre eles, está o Brasil. O Brasil talvez seja um dos únicos países capaz de dobrar a produção agrícola em um curto espaço de tempo.
 
Como estão os investimentos em tecnologias para reaproveitar as áreas degradadas?
 
Há um grande interesse do governo, mas falta pessoal qualificado para estudar as regiões que têm terras degradadas. Basta considerar o caso da Amazônia e dos nove estados amazônicos, ou seja, cerca de 60% do território brasileiro. Nessa área toda, tem pouco mais de quatro mil doutores, metade dos quais não está envolvida com a produção científica, pois muitos se encontram trabalhando com questões administrativas de uma maneira geral. Então, apesar de o Brasil estar formando 11 ou 12 mil doutores por ano, a quantidade desse pessoal fixada nessas áreas do país ainda é bastante frágil e reduzida.
 
Qual é o custo econômico e social desse desperdício para o Brasil?
 
Em uma estimativa, o Brasil perde algo em torno de 30% de todo o processo agrícola. Isso significa que de cada R$100,00 em produtos, perde-se cerca de R$30,00. Trata-se de uma perda bastante significativa dentro desse contexto. Se você imaginar que, para um produtor ou um empregado, essa proporção poderia melhorar sua qualidade de vida, podemos dizer que vale a pena investir para reduzir essas perdas. Seria possível treinar melhor as pessoas em um processo de inclusão social mais efetivo, dentro de um processo educativo mais amplo.
 
Que mudanças seriam necessárias para reverter esse quadro? Seria o caso de modificar a logística do transporte ou pensar um novo modelo de desenvolvimento agrícola?
 
Temos de caminhar nesses dois sentidos. A tendência geral sempre foi nos adaptarmos a um modelo pré-pronto e estudar uma melhoria do modelo. Portanto, precisamos de novos conceitos, novas modalidades para atuar na agricultura. Por isso o investimento em ciência e tecnologia no sentido de definir novas formas de transporte, novas formas de utilização e novas formas de armazenamento para os produtos agrícolas é fundamental.
 
Além do desperdício, quais são os outros gargalos que o circuito dos alimentos e a agricultura enfrentam no Brasil?
 
A questão da segurança alimentar deixa o Brasil fragilizado. Na realidade, é preciso proteger melhor o processo de produção agrícola no país, principalmente no que se refere a sistemas que vulnerabilizam a agricultura. Nesse sentido, é necessário trabalhar fortemente para proteger o sistema agrícola, por um lado. Por outro, é necessário precisamos buscar novas variedades agrícolas, que sejam mais produtivas em determinados ambientes, de forma que se possa ampliar a produção de alimentos cultivados nas florestas e biomas brasileiros. Na Caatinga, no Pampa e na Mata Atlântica temos um conjunto bastante significativo de informações, que poderiam ser transformadas em novas oportunidades. Portanto, explorar, do ponto de vista da diversidade biológica, novos produtos e novas variedades é extremamente importante para melhorar a produção agrícola, inclusive dando mais competitividade a ela.
 
Outro aspecto extremamente importante é a questão da perspectiva desses novos cenários de mudanças climáticas que o Brasil e o mundo deverão enfrentar. Como o sistema de produção agrícola e de produção animal irão se comportar em cenários em que a temperatura será mais elevada e nos quais haverá maior concentração de dióxido de carbono na atmosfera?
 
Qual é o papel do Brasil diante da crise alimentar? E como conciliar a exportação com o consumo interno?
 
Tenho insistido muito no seguinte: em algumas áreas o Brasil não pode ficar a “reboque” das agendas que são geradas em outros países. Por exemplo, no que se refere à biologia tropical, não há por que copiarmos ou executarmos uma agenda que não é nossa. O Brasil precisa ocupar o papel de protagonista nesse contexto de crise alimentar. 
 
Em relação à questão do abastecimento interno, precisamos melhorar o processo educativo de uma maneira. Nós temos um vício cultural muito grande com relação ao desperdício de alimentos, e a solução desse problema depende de uma mudança de postura, que deverá vir a partir de mudanças profundas nos processos educativos do país.
 
Na última década o Brasil triplicou o uso de agrotóxicos na agricultura. É possível desenvolver uma agricultura sem a utilização desses produtos?
 
É possível, principalmente com base no manejo biológico, que é fundamental nesse processo. Em um ambiente natural não é utilizado agrotóxico. Por que se usa o agrotóxico? Porque estamos trabalhando com uma variabilidade genética menor. Toda vez que trabalhamos com uma variabilidade genética menor, tornamos o organismo cultivado muito mais frágil, e aí a necessidade de usar o agrotóxico é cada vez maior. Na realidade, precisamos de um processo adaptativo de manejo biológico no sentido de manter a rusticidade dos organismos, plantas e animais, diante de um processo de produção que é diferente daquele que tem um ambiente natural.
 
Como compreender a crise alimentar do mundo, considerando a quantidade de alimentos produzidos? A raiz deste problema é econômica e política?
 
É mais política do que econômica, e está fortemente relacionada ao processo educativo. Precisamos melhorar todo processo educativo no sentido de otimizar o uso dos produtos agrícolas de uma maneira geral. Se observarmos dentro da nossa própria casa, o volume de alimentos que desperdiçamos é muito grande. Talvez pudéssemos alimentar pelo menos mais um terço dos habitantes com os alimentos que desperdiçamos. Como eu disse, trata-se de uma questão cultural. Precisamos trabalhar essa questão ao longo do tempo, para que se possa ter uma postura diferenciada no futuro.
FONTE:  http://www.mst.org.br