quinta-feira, 21 de março de 2013

Movimentos ocupam a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

Secretário Fernando Grella Vieira não comparece à Audiência Pública. Comitê de Luta Contra o Genocídio promete mais protestos
 
Após quase quatro meses de negociações e diálogo junto à assessoria da Secretaria de Segurança Pública de SP, o Secretário Fernando Grela Vieira não compareceu à Audiência Pública marcada para o início da noite desta terça-feira, 19 de março.

Sem justificativa oficial, os assessores do Secretário já haviam adiantado há cerca de uma semana a possibilidade de ausência do titular da pasta, que traria também o Comandante da PM e o Chefe da Policia Civil, além da chefia do IML paulista.
 
Audi_Publ_Genocidio.jpgCerca de 300 pessoas que compareceram ao Salão Nobre do Campus de Direito da USP, no Largo São Francisco, centro de São Paulo, acompanharam um rápido ato político onde os membros do Comitê expuseram um histórico de ações do movimento nos últimos anos, assim como o processo de construção da Audiência. Para os movimentos, a ausência do Secretário significou completo desrespeito à luta pelo fim da violência, e aos familiares de vítimas que estiveram presentes.
 
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Indignados com a falta de respeito e com a desfaçatez dos assessores que teimavam em justificar a ausência das autoridades, os organizadores do COMITÊ, em consulta aos presentes, propuseram uma ato simbólico em frente à Secretaria de Segurança Pública, situada a alguns metros apenas da Faculdade de Direito. 
 
Aos gritos de “Cadê o Secretário?”, os manifestantes transformaram o que seria um ato simbólico, em uma ocupação relâmpago da Secretaria de Segurança Pública de SP. Já dentro do hall da secretaria, as mais de 300 pessoas realizaram um ATO, onde militantes, em jogral, expuseram uma vez mais sua insatisfação e a cobrança pelo cessar dos assassinatos de jovens negros e pobres nas periferias da cidade.
 
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ASSISTA AQUI VÍDEOS DA OCUPAÇÃO:
 
Entrada
 
Dentro
 
Poema e Saída
 
O secretário, mesmo diante da manifestação em seu próprio “território de segurança”, se recusou a dialogar com os movimentos. Após cerca de uma hora de protestos e ocupação, os manifestantes deixaram o local e terminaram a manifestação em frente às arcadas do campus de direito da USP. A Próxima reunião do Comitê ficou marcada para o dia 2 de abril.
 
Audi_Publ_Genocidio.jpgAS REIVINDICAÇÕES

Um documento com diversas reivindicações do Movimento no que diz respeito ao fim da violência policial no estado foi protocolado no ato de ocupação da Secretaria de Justiça de SP, realizado no dia 22 de novembro de 2012, mesma data da posse do Secretario Fernando Grella. Foi também neste dia que a Secretaria se comprometeu a receber o Comitê em audiência pública. Na última semana foi apresentado à Secretaria de Justiça um complemento ao documento com dados atualizados.
 
A íntegra dos dois documentos pode ser acessada nos links:
 
Carta do Comitê ao Governo do Estado em 22 de Novembro de 2012:
 
Carta do Comitê ao Governo do Estado em 19 de Março de 2013
 
 
Em síntese, são esses os principais assuntos pautados: 

1. Elucidação de chacinas e mortes do ano de 2012/2013;
2. Reconhecimento e investigação dos grupos de extermínio;
3. Redução da letalidade policial com participação da sociedade civil no monitoramento;
4. Garantia de segurança para denúncias;
5. Ouvidoria e corregedoria com autonomia e efetividade no controle e punição;
6. Indenização a familiares e vítimas fatais ou não;
7. Pelo fim do encarceramento em massa;
8. Fim de registros que mascaram a violência policial;
9. Alteração de evidências no sistema de saúde;
10. Qualificar dados sobre violência e letalidade policial;
11. Autonomia e controle interno do IML.
 
Douglas Belchior 
Conselho Geral - Uneafro
(11)3105-2516 opção 2 - (11) 97550-2800
www.uneafrobrasil.org
 
 
Chegará o dia
Não renuncieis ao dia que vos entregam os mortos que lutaram.
Cada espiga nasce de um grão entregue à terra,
e como trigo, o povo inumerável
junta raízes, acumula espigas,
e na tormenta desencadeada
sobe à claridade do universo.

Pablo NERUDA
 
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FaceBook: Douglas Belchior
 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Brejo dos crioulos: sem mais adiamentos e protelações.


Articulação das Pastorais do Campo divulgam nota exigindo ação imediata do governo federal pela desapropriação da área já reconhecida como território quilombola, da comunidade de Brejo dos Crioulos, em Minas Gerais, para que, enfim, os quilombolas possam viver em paz em seu território livre.

A Articulação das Pastorais do Campo, formada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Cáritas, Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), ConselhoPastoral dos Pescadores (CPP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), vem a público manifestar sua indignação contra a morosidade no reconhecimento e na efetivação dos direitos das comunidades quilombolas e de outras comunidades tradicionais sobre os seus territórios, acarretando, com isso, sérios prejuízos às famílias.

Em janeiro deste ano, o Juiz federal da 2ª Vara de Montes Claros (MG) expediu mandado de reintegração de posse contra os quilombolas do Povoado de Araruba, que faz parte do território Quilombola BREJO DOS CRIOULOS, em São João da Ponte (MG). A decisão foi em benefício de Miguel Véo Filho, proprietário da Fazenda São Miguel. O advogado dos quilombolas entrou com recurso de contestação, mas o juiz, no final de fevereiro, manteve a decisão.

A fazenda São Miguel faz parte da área quilombola Brejo dos Crioulos, de 17.302 hectares, e onde vivem 512 famílias. Nove fazendeiros têm 12 propriedades e ocupam 13.290 hectares desta área, 77% do território. Durante 12 anos tramitou nos órgãos governamentais o processo de reconhecimento e titulação da área quilombola e, mesmo já concluído, não era assinado. No final de setembro de 2011, duzentas famílias acamparam em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, exigindo a desapropriação da área, de ocupação centenária. Alguns se acorrentaram em frente ao Palácio, gritando que enquanto não tivessem a área, continuavam presos à escravidão. Só depois desta manifestação é que, no dia 29 de setembro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff assinou o decreto de desapropriação.

Mas entre a desapropriação e sua efetiva execução há um longo caminho a ser percorrido. Um ano depois, os fazendeiros continuavam na área desmatando, aumentando o número de animais nas pastagens e mantendo jagunços. Para pressionar o Incra, em setembro de 2012, 350 famílias ocuparam três fazendas de um mesmo proprietário, que abrangem aproximadamente 2.100 hectares. Houve confronto com os pistoleiros e um deles acabou morrendo. Imediatamente cinco quilombolas foram presos e continuam presos até hoje, mais de 150 dias depois, sem qualquer prova concreta do seu envolvimento na ação. Neste entremeio, os quilombolas voltaram a Brasília, quando o Incra lhes garantiu que até dezembro de 2012 seriam desapropriadas seis fazendas, entre as quais a São Miguel, ficando as demais para 2013.

Às vésperas do Natal, como o Incra não havia encaminhado nada de concreto, os quilombolas do povoado de Araruba ocuparam a fazenda São Miguel. O juiz federal, sem tomar conhecimento do Decreto de Desapropriação da presidenta da República, desengavetou um processo de 2009 e emitiu a ordem de despejo contra os quilombolas.

Esta decisão é mais um capítulo de uma longa e conhecida história de como o direito dos quilombolas, dos indígenas e de outras comunidades tradicionais são tratados neste país. São inúmeros os obstáculos a vencer para se chegar ao reconhecimento dos direitos destas comunidades sobre seus territórios. Mas, entre o reconhecimento deste direito e sua efetiva realização, um novo e penoso caminho tem que ser percorrido em confronto com os mais diversos interesses e com a cobertura de diversos órgãos públicos.

Diante disto, a Articulação das Pastorais do Campo exige do poder Judiciário que garanta os direitos previstos em lei aos cinco quilombolas presos. Por que o instituto do habeas corpus não é aplicado a estas pessoas, como se aplica normalmente a quem tem recursos econômicos?

Ao mesmo tempo exige que o Incra execute imediatamente a desapropriação da área do Brejo dos Crioulos, assinada pela presidenta da República, retirando todos os que ilegalmente a ocupam, para que os quilombolas possam desfrutar em segurança e paz de seu território, como lhes garante a Constituição Federal. Não se pode aceitar, de forma alguma, a qualquer título, adiamentos e protelações que só alimentam a violência.

Brasília, 6 de março de 2013.

Articulação das Pastorais do Campo

CPT, CPP, SPM, Cáritas, CIMI e PJR

sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA INTERNACIOANL DAS MULHERES

Nesta data tão importante para as Mulheres e Homens, "Dia Internacional das Mulheres" homenageamos uma grande Lutadora do Povo MIRIAM LOPES VERBENA que morreu nun suspeito acidente automobilistico em Caruau, Pernambuco. Foi uma das 10 mulheres militantes do Partido Comunista Brasileiro Revoluncionário (PCBR) que fugiram da prisão em 1970.
Fonte: Memórias Subversivas - 2013
CONTINUI EM FRENTE MULHERES!!!
SEM FEMINISMO NÃO HÁ SOCIALISMO
 
Josivaldo Moreira de Carvalho

Mulheres do MST fazem vigília e ações para o 8 de março em Minas Gerais


Da Página do MST
Desde o dia 6 de março, 300 mulheres do MST encontram-se acampadas em frente à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizando atividades formativas e manifestações que tem como principal objetivo debater a violência contra as mulheres do campo, denunciar os 36 despejos expedidos desde dezembro de 2012, e clamar por justiça para o Massacre de Felisburgo, que tem previsão para julgamento em abril.

Veja mas: http://www.mst.org.br/Mulheres-do-MST-fazem-vigilia-e-acoes-para-o-8-de-marco-em-Minas-Gerais

quinta-feira, 7 de março de 2013

Em 7 de março de 1990 - Morre Luiz Carlos Prestes. Um do principais personages da história do Brasil. Liderou a histórica revolta tenentista, iniciada em 1924, que prendia levantar a população contra a dominação das oligarquias, exigindo reformas políticas e sociais. Comandou a Coluna Prestes entre 1925 e 1927. Comandou o Levante de 1935 e deixa uma herança de coerência e dignidade.

"O CAVALHEIRO DA ESPERANÇA"
1898 -1990
 
Fonte: Memórias Subversivas - 2013


GOVERNO FEDERAL BAIXA DECRETO PROIBINDO LUGARES EBENS PUBLICOS FEFDERAIS LEVAREM NOMES DE PESSOAS VIVAS OU que durante sua vida defenderam A escravidão ou tiveram escravos.


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

 
Altera a Lei no 6.454, de 24 de outubro de 1977, para vedar que pessoa condenada pela exploração de mão de obra escrava seja homenageada na denominação de bens públicos.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  O art. 1o da Lei no 6.454, de 24 de outubro de 1977, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras, serviços e monumentos públicos e dá outras providências, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1o  É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta.” (NR)
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  10  de janeiro de 2013; 192o da Independência e 125o da República.
DILMA ROUSSEFFMárcia Pelegrini
Luís Inácio Lucena Adams


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I

NTERPRETAÇÃO DA  LEI   PELO  DR. ATON FON
No artigo 1o, a Lei é muito clara e diz que:
É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade,
 
Não pode ter seu nome em: bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta.”
Ou seja, nem pode dar nome de pessoa viva, nem pode dar nome de pessoa que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava.
ao longo de sua vida.
 
Logo, as pessoas que na historia do Brasil tiveram pessoas como esrcravos, exemplo Frei galvao, recentemente canonizado como santro, ou que defenderam com sua prática a escravidao,  exemplo Duque de Caxias,
Não podem  dar seus nomes a bens publicos..da União.

terça-feira, 5 de março de 2013

1º ENCONTRO ESTADUAL DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES

 “EDUCANDO PARA A LIBERDADE”

“Não há vida sem correção, sem retificação.” Paulo Freire

A Secretaria Estadual da Educação do Estado de Goiás (Núcleo de Educação a Distância) e Agência Goiana do Sistema de Execução Penal realizam o 1º Encontro Estadual de Formação de Educação nas Prisões entre os dias 25 de fevereiro a 01 de março de 2013, reúnem educadores, educadoras e agentes prisionais para discutirem a Educação nas Prisões. Hoje têm aproximadamente em Goiás 12.578 mil pessoas presas, onde 76% são jovens entre 18 a 28 anos e cerca de 9 mil são negros (Negros e Pardos declarados). A situação é complexa e desumana, todos (as) estão sendo jogados num ambiente dentro do sistema prisional fracassado como em todo Brasil. São 30 escolas da rede estadual e 3 da rede municipal que oferecem a educação nas Unidades Prisionais no Estado de Goiás  para 747 reeducandos (as) com o Ensino Fundamental e Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA. Porém apenas uma tem prédio próprio e as demais são adaptadas, não há bibliotecas, materiais pedagógicos/didáticos e recursos tecnológicos para auxiliar o educador (a) em sala de aula. Essas escolas estão buscando cumprir com o seu papel na implementação da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, da Resolução nº 3 de 11/03/2009 do CNPCP (Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos Estabelecimentos Penais), da Resolução nº 02, de 19 de maio de 2010 do Ministério da Educação, da Resolução nº 564, de 12 de novembro de 2010 do Conselho Estadual de Educação de Goiás.

Na síntese final da CONAE diz que a educação deve ser oferecida em toda diversidade sociocultural no Brasil, a Constituição Federal de 1988 já afirma que a educação é para todos e todas, nesse sentido, temos que construir currículos diferenciados as diversas realidades, como nas prisões, no campo, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, entre outras realidades especificas.

Os ministérios deverão incentivar os estados na elaboração de Projetos Políticos Institucionais levando em conta o objetivo de cada regime (regime fechado, semiaberto egresso). Cada sujeito que cumpre a sua pena e recebe sua liberdade o estado deve acompanhar seu egresso na sociedade. Em Goiás apenas uma Unidade Prisional faz esse acompanhamento. De fato, de quem é a responsabilidade? Quem vai fazer esse acompanhamento? É importante que as escolas que já promove educação nas unidades prisionais possam garantir no seu Projeto Político Pedagógico a Educação de Jovens e Adultos nas prisões para os de regime fechado, semiabertos e egresso.

O Plano Estadual da Educação nas Prisões, elaborado a partir das experiências já existentes no estado, as concepções norteadoras da Educação no Sistema Prisional, Constituição Federal no seu art. 205, Lei de Execução Penal, Modalidade Educação de Jovens e Adultos como reparadora, equalizadora e qualificadora. Foram consultadas também para a elaboração do plano, autoridades públicas como o Conselho Estadual de Educação, Agência Goiana do Sistema de Execução Penal entre outras. O Plano está em análise pelo Ministério da Educação e Cultura e Ministério da Justiça em Brasília. É um documento que pode sofrer uma série de mudanças, devido ter uma população carcerária flutuante.

Tem como objetivo do Plano a execução de ações com órgãos federais, estaduais, municipais, e do Distrito Federal, com atribuições nas áreas de educação e de execução penal, bem como abranger metas e estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais envolvidos em sua implementação, contribuindo para a universalização da alfabetização e para a ampliação da oferta de educação no sistema prisional e com isso fortalecer a integração entre a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional e Tecnológica em tal sistema.

Não há garantia dos Direitos Humanos no Sistema de Execução Penal hoje no Brasil, embora seja dever do estado garantir os direitos dos sujeitos cárceres nas prisões. A cada três dias trabalhados menos um dia de pena, a cada três dias (12 horas) de estudos no ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, superior ou requalificação profissional completando o período letivo menos um dia de pena e ou, se o sujeito trabalhar no turno diurno e estudar no turno noturno poderá acumular tendo dois dias de redução na pena e se o governo não oferecer trabalho aos sujeitos condenados a cada três dias menos um de pena pelo tempo ocioso na prisão, pois, é dever do estado criar espaços (infraestrutura) de trabalho remunerados aos sujeitos condenados no sistema de execução penal. O reeducando impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.

          Os direitos humanos são direitos fundamentais as pessoas, e os que estão nas cadeias (penitenciárias) apenas perde o direito de liberdade, mas, a dignidade, o respeito e os outros direitos institucionais inerentes aos seres humanos que não foram atingidos pela sentença não perde, deve ser garantida. Dentro do sistema prisional deve separar sim homens, mulheres, jovens, adultos, regime e tipo criminal (artigo do código penal) para que não torne uma faculdade do crime.

Segundo o sociólogo Alessandro Batata, “a melhor prisão é sem dúvida a que não existe”, pois entendo que qualquer tipo de prisão dessocializa o delituoso (a), mas o crime em si não dessocializa ninguém. É contraditório querermos ensinar alguém a viver em liberdade não estando em liberdade, é como ensinar uma criança a andar sem poder andar.

“Construam escolas para os meninos e meninas hoje, para não construí presídios para os homens e mulheres no futuro.”

Para garantir minimamente uma boa educação nas prisões, a escola deve construí um Projeto Político Pedagógico no contexto prisional que temos. Desafia-nos pensar num espaço educativo dentro do espaço prisional, como fazer educação diante de uma realidade sub humana das prisões? Como fazer dos carcereiros (as) em educadores e educadoras? Fazer educação um valor na prisão e transformar as relações entre todos (as) em relações pedagógicas é também um desafio que temos que discutir e sistematizar num projeto com ações que envolvam todos os seguimentos da Unidade Prisional Sistema de Execução Penal)  e da Unidade Escolar (Secretaria da Educação) garantindo formação aos carcereiros e carcereiras, educadores e educadoras para uma eficácia teórica e prática da finalidade do Projeto Educando para a Liberdade.

Para construí o PPP, a gestão deve envolver todos os seguimentos na articulação na analise da realidade priorizando a partir das necessidades ações pedagógicas viáveis para elaboração do plano e mobilizar aos órgãos competentes e toda sociedade organizada na implementação das politicas que garanta a educação nas prisões. A formação e valorização dos profissionais envolvidos na oferta da educação no sistema prisional são fundamentais para o projeto tenha resultados positivos tornando o espaço prisional em espaço educativo. O PPP deve ser orientado pelas políticas setoriais como a Educação, Trabalho, Saúde, Segurança Pública e Serviço Social.

Segundo Paulo Freire, não há como fazer uma pedagogia própria para educação nas prisões, nossa pedagogia deve atender as diversidades mediante ao um pluralismo sócio cultural na realidade contemporânea. Os pilares da educação nos orientam aprender a conhecer a realidade do aluno, aprender o que fazer diante da realidade, aprender a viver com os outros nos diversos cenários na realidade e aprender a ser. Na elaboração do projeto a equipe deve discutir sobre pra que serve o PPP e que tipo de pessoas o estado, a sociedade e a prisão querem formar? Quais recursos físicos, financeiros e humanos para a escola prisional? Como serão organizados os processos ensino-aprendizagem, monitoramento e avaliação do PPP? Observar o Plano Estadual de Educação, Plano Diretor do Sistema Penitenciário entre outros questionamentos que surgem a medida que avançamos desta diretriz na promoção educativa e humana para os privados de liberdade. Para superar as dificuldades de infraestrutura, acesso aos processos ensino-aprendizagem, recursos financeiros, recurso humano e sua formação, devemos sensibilizar e organizar a sociedade civil (instituições, ONG`s e movimentos sociais) para cobrar a responsabilidade do Governo em cumprir com a legislação na promoção de uma educação nas prisões com proficiência.

A Educação nas Prisões não deve ser igual para os que não tiveram a sua liberdade privada, é preciso pensar num plano de educação que atenda as necessidades dos reeducandos (as) como sujeitos homes e mulheres nesta modalidade de educação de jovens e adultos. O Colégio Estadual Professora Ricarda e Unidade Prisional de Campos Belos-Go participam do encontro contando um pouco da experiência com a Educação na Unidade  com o objetivo de potencializar tanto a experiência do Colégio Ricarda quanto das outras 35 escolas. Portanto, esperamos que este encontro possa sensibilizar toda sociedade organizada e o estado da urgência de um novo sistema prisional que garanta a “recuperação” dos sujeitos com liberdade privada através da educação nos diversos moldes.

 

Josivaldo Moreira de Carvalho

Gestor do Colégio Estadual Professora Ricarda

Extensão na Unidade Prisional de Campos Belos – Go
 
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